sábado, 21 de março de 2015

Romantismo (Brasil e em Portugal) - resumo, contexto histórico, fases, autores

Romantismo (Brasil e em Portugal) - resumo, contexto histórico, fases, autores Romantismo (Portugal) - resumo, contexto histórico, fases, autores O Romantismo está ligado à Revolução Industrial e à Revolução Francesa, dois acontecimentos que mudaram a história da Europa e colocaram em evidência valores burgueses como o individualismo e a desobediência aos valores pré-estabelecidos. Em Portugal, o Romantismo começou com a publicação do poema Camões, de João de Almeida Garrett. Escrito no momento em que o país se encontrava sob domínio inglês e enfrentava graves perturbações políticas, o poema tenta resgatar o passado e o orgulho do povo português. Gerações O movimento romântico português durou quatro décadas e teve três períodos diferentes – cada um com uma geração particular de autores. Primeira geração: empenhada em implantar o Romantismo em Portugal, apresenta ainda influências neoclássicas e certa preocupação com questões históricas e políticas. Entre seus autores, destacam-se João de Almeida Garret e Alexandre Herculano - cujas produções tendem ao subjetivismo extremado, ao medievalismo, ao nacionalismo e à idealização da mulher. Principais autores: - Almeida Garrett Poesia: Camões (1825); Dona Branca (1826); Lírica de João Mínimo (1829); Flores sem fruto (1845); Folhas caídas (1853). Prosa: Viagens na minha terra (1843-1845); O Arco de Santana (1845-50). Teatro: Catão (1822); Mérope (1841); Um Auto de Gil Vicente (1842); O alfageme de Santarém (1842); Frei Luís de Sousa (1844); D. Filipa de Vilhena (1846). - Alexandre Herculano Polêmicas e ensaios: A voz do profeta (1836); Eu e o clero (1850); A ciência arábico-acadêmica (1851); Estudos sobre o casamento civil (1866); Opúsculos (10 volumes, 1873 – 1908). Historiografia: História de Portugal (1846-1853); História da origem e estabelecimento da Inquisição em Portugal (1854-1859). Poesia: A harpa do crente (1838). Prosa de ficção: Eurico, o presbítero (1844); O monge de Cister (1848); Lendas e narrativas (1851); O bobo 1878 publ. póst.). - Antônio Feliciano de Castilho Segunda geração: consolida o movimento romântico em Portugal. Caracteriza-se pelas ideias do "mal do século": negativismo, morbidez e sentimentalismo exagerado. O principal autor dessa tendência é o romancista Camilo Castelo Branco, autor de estilo passional e pitoresco. Principais autores: - Camilo Castelo Branco Carlota Ângela (1858); Amor de perdição (1862); Coração, cabeça e estômago (1862); Amor de salvação (1864); A queda dum anjo (1866); A doida do Candal (1867); Novelas do Minho (1875-77); Eusébio Macário (1879); A corja (1880); A brasileira de Prazins (1882). - Soares Passos Terceira geração: livre dos exageros ultra-românticos, apresenta espontaneidade lírica e musical. Sobressaem-se nesse período a poesia de João de Deus e a prosa de Júlio Dinis. Principais autores: - João de Deus - Júlio Diniz. Romance: As pupilas do senhor reitor (1867); Uma família inglesa (1868); A morgadinha dos canaviais (1868); Os fidalgos da casa mourisca (1871). Conto: Serões da província (1870). Poesia: Poesias (1873) Teatro: Teatro inédito (3 vol. – 1946-47) Com o que ficar atento? Combinando originalidade e subjetivismo, o Romantismo considera a imaginação superior à razão e à beleza. Os românticos, livres do racionalismo do Arcadismo, promoveram uma verdadeira revolução na produção estética europeia da primeira metade do século 19. Como pode cair no vestibular? Questões sobre o tema costumam lembrar que tudo o que é escrito no Romantismo parte de uma perspectiva individual e subjetiva. Além disso, muitas perguntas giram em torno do grande projeto literário do Romantismo: a criação de uma identidade estética para a arte burguesa. Romantismo (Brasil) - resumo, contexto histórico, fases, autores O ideal da Revolução Francesa de liberdade, igualdade e fraternidade alcançou a América Latina e foi um marco para um período de independência nas colônias da Espanha e Portugal. Assim, houve a independência de: Paraguai, Argentina, Venezuela, Chile, Equador, Peru, México, Brasil, América Central, Bolívia e Uruguai. Já na literatura, a fase romântica rompeu com a tradição clássica, imposta pelo período árcade, e apresentou novas concepções literárias, dentre as quais podemos apontar: a observação das condições do estado de alma, das emoções, da liberdade, desabafos sentimentais, valorização do índio, a manifestação do poder de Deus através da natureza acolhedora ao homem, a temática voltada para o amor, para a saudade, o subjetivismo. O Romantismo é a primeira estética literária a reivindicar uma literatura autenticamente brasileira e inaugura a Era Nacional da literatura. Tendo como grande projeto a construção de uma identidade nacional, os autores desse período valorizam os elementos nacionais para consolidar o sentimento de brasilidade nascido com a independência política do país em 1822. Com o que ficar atento? No Brasil, o Romantismo durou de 1836 a 1881, teve três gerações poéticas e quatro tendências de prosa ficcional. Também contou com obras de teatro, incluindo a de Martins Pena, com suas comédias de costume. POESIA Primeira geração: marcada por forte sentimento nacionalista e religioso, tem como principal característica o ufanismo e a exaltação da natureza pátria. Entre seus principais representantes destacam-se Domingos José Gonçalves de Magalhães (1811 - 1882) - autor de Suspiros poéticos e saudades, obra que dá início ao Romantismo no Brasil - e Antônio Gonçalves Dias (1823 - 1864) - autor da Canção do Exílio e de Os timbiras. Segunda geração: influenciada por Lorde Byron (1788 - 1824), ícone do romantismo europeu, notabilizou-se por sua obsessão pela morte e associação ao “mal do século”. Entre seus principais poetas, encontram-se Álvares de Azevedo (1831 - 1852), autor da Lira dos vinte anos, Casimiro de Abreu (1837 - 1860), autor do poema Meus oito anos, e Fagundes Varela (1841 - 1875), conhecido por seu Cântico do calvário, escrito para o filho falecido prematuramente. Terceira geração: fortemente influenciada pelo francês Victor Hugo (1802 - 1885), tem tendência libertária e engajada, o que se confirma na produção do poeta baiano Castro Alves (1847 - 1871), conhecido como “poeta dos escravos”. Republicano e abolicionista, Alves deixou obras primas como Espumas flutuantes e Navio negreiro. PROSA A prosa romântica brasileira nasceu de um ambicioso projeto literário que visava traçar um panorama da história e da cultura do país. Seu principal expoente é o romancista cearense José de Alencar (1829 - 1877), autor de romances históricos, indianistas, regionalistas e urbanos, como Iracema. Além de Alencar, destacam-se Joaquim Manoel de Macedo (1820 - 1882), autor de A Moreninha, com seus romances repletos de estereótipos, e Manuel Antônio de Almeida (1831 - 1861), autor deMemórias de um Sargento de Milícias, cujas narrativas retratam os costumes de uma época. Principais escritores • José Gonçalves de Magalhães, autor de, entre outros, Suspiros poéticos e saudades (1836), obra medíocre, mas considerada o marco inicial do Romantismo brasileiro. - Gonçalves Dias: primeiro romântico de vulto. Foi quem estabeleceu as cadências, o temário e as posições de espírito da tradição romântica brasileira: melancolia desalentada, fusão do sentimento na paisagem, indianismo. • Joaquim Manuel de Macedo: verdadeiro iniciador do romance brasileiro (com A Moreninha, de 1844). Compôs a fórmula do romance de costumes. • Álvares de Azevedo: talvez o mais dotado dos poetas românticos brasileiros, produziu poesia de grande acuidade crítica, compondo, inclusive, sátiras ao Romantismo. Era, ao mesmo tempo, sentimental e humorístico, piegas e satânico. • Casimiro de Abreu: mestre dos poetas menores, que expressavam sentimentos fáceis numa linguagem fácil, de modo que a dor acabasse uma convenção amena e os impulsos da fantasia nunca desmanchassem o respeito das normas sociais. • Sousândrade (Joaquim de Sousa Andrade): para alguns críticos, um dos poetas mais originais do Romantismo, revelando instigante lirismo reflexivo. Para outros, como José Guilherme Merquior, Sousândrade é um exemplo de "preciosismo pernóstico" e seu verso tem uma "empostação empolada". • Manuel Antônio de Almeida: original e dotado de humor. Seu romance Memórias de um sargento de milícias é o mais despojado e resistente do período romântico. Tinha o gosto pelo documento vivo e pelos meios sociais do Rio de Janeiro. Memórias de um sargento de milícias, de estilo seco e irônico, marcou a posição extrema do anti-sentimentalismo no período romântico. • José de Alencar: fundador do romance indianista com O Guarani, obra de mensagem facilmente inteligível, cujas características seriam levadas ao ponto máximo com Iracema. Acertou nos romances que refletiam os problemas humanos na vida urbana, como Lucíola e Senhora. Também fecundou o romance regional, com obras menores como O Gaúcho e O Sertanejo. • Fagundes Varela: poeta seguidor e, ao mesmo tempo, sintetizador dos predecessores. Composta em versos melodiosos, sua obra-prima é "Cântico do Calvário". • Bernardo Guimarães: sua obra-prima é O Seminarista, em que fundiu a preocupação social ao amor pelas regiões agrestes (e que introduz, na ficção romântica, um toque naturalista). • Castro Alves: a magia de seus versos vem da riqueza e da raridade das metáforas, bem como do movimento nervoso da composição. Poeta de traços oratórios, dedicou-se também aos temais sociais, sobretudo o abolicionismo. • Já vinculados, em certos aspectos, ao Naturalismo e ao Realismo, merecem atenção, ainda, o romance Inocência, de Alfredo d'Escragnole Taunay, e o regionalismo de Franklin Távora (O Cabeleira e Lourenço). Como pode cair no vestibular? As ideias estéticas do Romantismo aplicadas à realidade brasileira produziram uma literatura marcada pelo patriotismo. O ufanismo cego e o desejo de construir um sentimento de brasilidade capaz de dar uma identidade à nação pode ser tema de questões de vestibulares. Música Romântica no Brasil A emoção, o amor e a liberdade de viver são os valores retratados nas músicas desta fase. O nacionalismo, nosso folclore e assuntos populares servem de inspiração para os músicos. O Guarani de Carlos Gomes é a obra musical de maior importância desta época. Dança no período literário Romantismo: http://www.balletcristianapacker.com.br/news/noticias-e-eventos/2012-03-26/o-ballet-romantico/ Para visualizar as influências do romantismo sobre a dança, basta observar que os balés criados durante esse movimento pregam a magia e a delicadeza dos movimentos, onde a protagonista, apaixonada, representa fragilidade. Também são típicos os temas e personagens que envolvem a mitologia grega. O balé que marcou o início da fase romântica na dança foi “A Sílfide”, criado por Filippo Taglioni em homenagem a sua filha Marie Taglioni. As sílfides são imagens etéreas do eterno feminino, que dançam com um poeta sonhador em busca de um ideal, história e personagens tipicamente românticos. Foi nesse trabalho que foi usado os primeiros tutus românticos, vestidos longos feitos de filó ou tule com saias cortadas em godê ou franzidas. Os tutus são usados até hoje, porém, variam com o tipo de dança e físico da bailarina. Muitos dos balés românticos apresentam o “ato branco”, segundo ato representando o sobrenatural, sonhos e devaneios dos personagens, no qual as bailarinas usam tutus brancos.

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